3ª Feira Raio Laser - Quadrinhos Além! Feira com quadrinistas do DF e SP: 1º e 2 de novembro (Brasília)

3ª Feira Raio Laser - Quadrinhos Além! Feira com quadrinistas do DF e SP: 1º e 2 de novembro (Brasília)

Em 1º e 2 de novembro, sábado e domingo, de 12h às 19h, a área externa da Infinu, 506 Sul, Brasília, abriga a 3ª Feira Raio Laser – Quadrinhos Além. A programação conta com quadrinistas do Distrito Federal, expondo e vendendo suas HQs autorais, e ainda a presença da editora MMarte, de Goiânia (trazendo lançamentos), e da Oto Livraria, de Brasília, com HQs diversas à venda (comics, BDs, mangás, fumetti, quadrinhos brasileiros, etc), inclusive, publicações em promoção.

Em 2025, o evento chega com novidades: pela primeira vez, recebe convidados vindos de São Paulo: os quadrinistas veteranos Marcatti (www.instagram.com/marcatti_hq), que assina a ilustração da arte de divulgação da feira (e conhecido pelas capas de LPs da banda Ratos de Porão), e José Márcio Nicolosi (www.instagram.com/jmarcionicolosi), animador, responsável, por exemplo, pela série Mônica Toy.

Read More

Rapidinhas #18: Dia do Quadrinho Nacional 2023

Rapidinhas #18: Dia do Quadrinho Nacional 2023

Mais uma vez sob o ensejo do Dia do Quadrinho Nacional, esta edição das “rapidinhas” (pacote de resenhas curtas - ou nem tanto - da Raio) aborda a produção brasileira. Alguns autores são velhos conhecidos (aproveitem para clicar nos hiperlinks e conferir resenhas antigas para obras deles), outros estreiam por aqui. Uma de nossas intenções em 2023 é acelerar a prática do texto escrito novamente (sem abandonar o Lasercast, claro!), valorizando essa sofrível tradição em crítica de quadrinhos, que parece ter se tornado mais rara que encontrar um canguru no meio da floresta amazônica. E sem chatGPT, é claro! ;) (CIM)

por Ciro Inácio Marcondes, Marcão Maciel e Bruno Porto

Read More

DEZ ANOS DE RAIO LASER!

DEZ ANOS DE RAIO LASER!

Adivinha quem completa um decênio de crítica e atuação na quadrinhosfera brasileira em abril de 2021? Isso mesmo, achou certo! (quem mais?) O site RAIO LASER completa uma década de existência dedicada à reflexão apurada e à fuleirage associada a tudo que o mundo dos quadrinhos ofereceu nestes velozes e implacáveis anos 2010.

Quando começou, a Raio tinha como missão a crítica, o jornalismo, a historiografia e a socialização em torno do rico mundo dos quadrinhos. Não é incomum as pessoas dizerem que, lá pros idos de abril de 2011, “naquela época tudo era meio que mato” (guardadas exceções que todos conhecem). Nossa ambição era que, de alguma maneira, a abordagem crítica sobre quadrinhos ganhasse um espaço mais próximo do que a crítica de cinema e de música representavam no Brasil.

Desde então, mesmo com dificuldades e à base de muita força de vontade, nunca paramos. Insistimos em textos longos, abordagens individuais e aprofundadas, além do formato blog, em diversas especialidades. Nosso podcast segue as idiossincrasias das postagens escritas. E seguiremos assim, na contramão das modas de internet, apostando na qualidade sobre a quantidade. Como é sabido, nossos autores vêm de áreas e especialidades diferentes, e cada um busca um olhar bastante específico sobre os quadrinhos. Você pode conferir o histórico completo da Raio Laser AQUI.

Dentro das comemorações que acontecerão ao longo de todo o ano, estão previstos:

- Episódios especiais do LASERCAST com convidados (como o #17 sobre Conan, com Marco Antonio Collares), incluindo um com a equipe Raio comentando suas histórias juntamente com jornalista Ramon Vitral (do incontornável Vitralizado).

- Um documentário em curta-metragem sobre nossa trajetória com direção dos cineastas Alex Vidigal e Lucas Gesser.

- Uma camiseta comemorativa em edição limitada, com ilustração exclusiva do grande Pedro D’Apremont.

- O lançamento do livro ZIP – QUADRINHOS E CULTURA POP, com a reunião dos principais textos que o nosso editor Ciro Inácio Marcondes publicou no portal de notícias Metrópoles entre 2017 e 2019. Apresentação do professor e pesquisador Nobu Chinen.

- Além disso, sorteios, publicações e outras surpresas para quem nos acompanhar no decorrer do ano.

Acesse www.raiolaser.net e nos siga nas redes sociais:

Instagram

Facebook

Twitter

Youtube

Read More

Melhores leituras de 2019 #03: Ciro I. Marcondes

Melhores leituras de 2019 #03: Ciro I. Marcondes

por Ciro I. Marcondes

As listas da Raio Laser têm o propósito de servir como um diário de leitura e uma recapitulação das experiências com quadrinhos que os escribas desenvolveram ao longo do ano. Elas têm mais a ver, portanto, com o temperamento (e até com certa temperatura dos ânimos) do resenhista do que com um objetivo técnico de elencar melhores produções anuais. Aliás, como se sabe, nossas listas são um vale tudo que beiram a irresponsabilidade: se eu li um compilado de Blondie de 1940 e bolinha num pdf safado, tá valendo. O importante é, guardada a devida modéstia de um projeto não muito elaborado como esse, registrar certa individualidade que marcaria não só as escolhas dos gibis lidos, mas também o tom dos textos.

Dito isso, que a minha lista tenha, neste ano, um bem maior número de gibis lançados no Brasil em 2019, não é coincidência. A gente recebe um montão de coisas aqui, dando um certo direcionamento na pauta. Eu ainda mantinha uma coluna semanal sobre quadrinhos (a já saudosa ZIP) que me ajudava a cuidar de cobrir ao menos parte deste montante. Isso tudo tornou a lista um tanto quanto parecida com as listas mais normaizinhas. Espero ter colocado coração nestas pequenas resenhas. A pilha cresce, 2020 já chegou e as promessas da Raio são eternas. Não esqueçam de nós, teremos mais novidades. Obrigado aos nossos seletos leitores!

Como sempre, a lista vem sem ordem de importância. A única ordem é a da experiência sentimental ao me deparar com a profundidade destas narrativas.

Read More

Rapidinhas #13 - Quadrinhos brasileiros para este Natal

Rapidinhas #13 - Quadrinhos brasileiros para este Natal

Natal chegando, e a equipe Raio Laser preparou umas “rapidinhas” indicando material nacional de excelente qualidade (e que pode ser presentado por aí) para ser celebrado no fim de ano. Sem muita justificativa curatorial, espero que curtam! (CIM)

Read More

PIMBA na gorduchinha!

por Ciro I. Marcondes

Estando no “exílio”, recebo pouco material nacional aqui, e é por isso que a chegada do número dois do Jornal Pimba foi motivo de celebração. Já falamos sobre esta heroica publicação de Brasília aqui. O formato de jornal, que atrai certa nostalgia e ao mesmo tempo impulsiona novo entusiasmo às artes da ilustração e dos quadrinhos, é aquela contradição “do bem”: é barato, dá espaço para os desenhos fazerem vingar seu potencial, e além de tudo possui uma relação afetiva com a história dos quadrinhos. Afinal, os quadrinhos nasceram nos jornais. Aqui na França, a tradição de jornais (ou revistas que começaram como jornais) que publicam quadrinhos (de aventura ou humor) persiste até hoje. Não apenas nas pedras inaugurais belgas (Spirou, Tintin), mas em publicações que mantêm sua essência: Le Canard Enchainé, Fluide Glacial, Pilote, Charlie Hedbo. O Pimba aparece, em meio a estas leituras, em perfeita sintonia.

Felipe Sobreiro

Paradoxal também acabou sendo a leitura do segundo Pimba, já que, tendo lido a vigorosa e em tudo impressionante primeira edição, a sede de que o repeteco viesse na mesma toada era grande. Pois é, meus amigos: posso dizer que conheço o pessoal que faz o Pimba, mas não posso simplesmente me render a uma crítica camarada. Perfeito em diagramação (desta vez rosa e preto), com todo um cuidado de curadoria e franca honestidade artística, o Pimba, além de tudo, ofereceu bons textos de qualidade literária. Meu lado “estudante de Letras” (atrofiado há anos) se despertou com a capacidade que alguns colaboradores ali têm em escrever. O paradoxo, no entanto, veio junto com quadrinhos um tanto abaixo da média, que demonstram talvez uma concepção apressada aqui, um deadline apertado ali, uma escolha temática infeliz acolá. O que terá causado tal deslize?

Vejamos, primeiro, o papel dos mais veteranos: se temos um bom caso de experimentação como o jogo da memória e da imagem em quadrinhos com André Valente (o nosso “Chris Ware encontra Walt Disney”, ainda em processo de amadurecimento), com Eduardo Belga temos apenas uma tentativa de condensar grandes histórias em poucos quadros (“Mas não presta muito contar assim, só por alto. Um dia eu conto estas histórias direito”, admite). Neste caso, é preciso decidir: fazer o quadrinho narrativo direito, com desenvoltura e, especialmente, muitos quadros, ou o negócio é optar por outro gênero, mais próximo da poesia e dos sincretismos.

André Valente

Daniel Carvalho

A mente fértil de Gomez, esse sim adepto das narrativas, geralmente cíclicas, pequenas parábolas de uma Brasília juvenil, aqui bate ponto, entrega coisas engraçadas, mas causa a impressão de não ter dedicado seu melhor. Estaria Gomez se repetindo? Sim, quando o cara é bom e muito exposto, aumenta-se a cobrança. Ninguém disse que era um mundo justo. O mesmo ocorre com Daniel Carvalho, exímio ilustrador que, no campo narrativo, causou-me a impressão de ter replicado, de certa forma, a história que fez para a edição anterior.

Meus quadrinhos favoritos na edição vão para Felipe Sobreiro e “A caixa”, uma história meio “gangues de Brasília nos anos 90” com um toque surrealista à Robert Silverberg. Despretensioso, eficaz, nada mal. A outra que me agradou foi “O mestre dos muros”, quadrinho hoje póstumo do talentoso Mateus Gandara, uma linda parábola budista contada com a regularidade tântrica dos requadros tabulares, muito bonitos na diagramação do jornal.

Entre os que estrearam, aliás, há ainda arroz com feijão para comer. Pedro D’Apremont (nosso Peter Bagge do black metal), mesmo que tenha a grande vantagem de estar criando um universo e um imaginário comuns aos seus quadrinhos, ainda precisa calibrar melhor as gags e piadas, um tantos canhestras aqui. Já a Gabi LoveLove6 arrisca uma narrativa confessional, mais realista, muito direta. Não me agrada muito quando um discurso engajado parece simplesmente literal. Joga contra. Melhor voltar ao lirismo despojado e transgressor do Garota Siririca. Por fim, vale falar no quadrinho tóxico e mala (no bom sentido, se é que isso existe) do Heron Prado, herdeiro de Gabriel Góes, que dá um bom upgrade no nonsense rabiscado de Futuro do Pretérito.

Mateus Gandara

Literatura

Pedro D'Apremont

Juventude de maloqueiragem anos 90, puberdade sem qualquer romantismo e algum trato experimental, aliás, é o tom nas narrativas literárias do jornal. Pode parecer excesso de nostalgia de tempos mais simples e crus (o que na verdade não é ruim, dado o mundo de merda em que vivemos), mas os autores conseguem verter essas coisas em qualidades, visões de mundo, perspectivas literárias. Afinal, são três ou quatro contos falando de molecagem, 13 punhetas por dia, tesão pela professora, etc. Destas, gostei especialmente de Diário do Timor Leste, escrito por Danylton Penacho, uma série de relatos escrachados, mas carregados de melancolia quase exclusivamente brasiliense, como se fosse um retrato “ame-ou-odeie” de alguém ligado umbilicalmente à sua cidade. Também vale a disposição mais clássica, cômica e cruel de Retrato ao redor de um banheiro, do veterano Milton Sobreiro, além do trato à Murilo Rubião do onírico Colcha de chenile (também de Penacho), além da poesia que trinca os espaços modernistas de Brasília em Espaço é um local cercado de cantos por todos os lados, de Biu.

Heron Prado

A joia da edição, IMHO, no entanto, fica com a qualidade de literatura impressionista do conto O asfalto, de Pedro Menezes, uma jornada febril em discurso indireto livre que parte de uma aula de educação física até o mais irrevogável niilismo. Se o Pimba declaradamente não possui uma linha editorial, a própria geração de quadrinistas e escritores faz questão de trazer naturalmente suas angústias e problemáticas, criando uma massa comum de memórias e experiências com o corpo e com o espaço da cidade, marca profunda e indelével da contemporaneidade. O Pimba, com seu pé no passado, mas com mãos que apontam o futuro, carregado de imperfeições (não podia ser diferente), é talvez a melhor expressão da cultura de Brasília nos dias de hoje. Afinal, do absurdismo dos quadrinistas às trevas de Pedro Menezes, há um substrato comum com o qual qualquer brasiliense se identifica.

PS: e viva Osmar Santos!