Difusão do português através das Histórias em Quadrinhos brasileiras

Difusão do português através das Histórias em Quadrinhos brasileiras

por Marcos Maciel de Almeida

Assim, é natural que a produção brasileira venha recebendo maior atenção por parte de importantes editoras estrangeiras e dos responsáveis pelas principais premiações internacionais da área. Embora esse reconhecimento não seja algo recente, o fato é que nos últimos anos o quadrinho brasileiro tem obtido cada vez mais prestígio advindo da crítica especializada, a ponto de figurar, sem sentimento de inferioridade, ao lado de celebrados polos desse tipo de expressão artística, como a escola norte-americana, a franco-belga e a japonesa.

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LASERCAST #14 - Horário eleitoral: política e quadrinhos

LASERCAST #14 - Horário eleitoral: política e quadrinhos

Das suas raízes nas charges dos jornais nos séculos XVIII e XIX até as webtiras que descascam o último escândalo do dia, passando pelas BDs Franco-Belgas, gibis de todos os gêneros (Infantil, Super-Herói, Faroeste, Horror etc) e premiadas graphic novels, a política sempre esteve – descarada, sutil ou desintencionalmente – nas Histórias em Quadrinhos.

Participam do debate: Bruno Porto, Ciro Inácio Marcondes, Márcio Jr., Marcos Maciel de Almeida e Pedro Brandt.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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LASERCAST #13 - Quadrinho brasileiro a granel!

LASERCAST #13 - Quadrinho brasileiro a granel!

A equipe Raio volta ao chamado “quadrinho brasileiro contemporâneo” não apenas para resenhar literalmente dezenas de títulos, mas também discutir estética, mercado e crise nas diversas tendências dos gibis-BR da atualidade.

Participam do debate: Ciro Inácio Marcondes, Dandara Palankof, Márcio Jr. e Pedro Brandt.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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BAIACU: A EXPERIÊNCIA COMO FIM

BAIACU: A EXPERIÊNCIA COMO FIM

por Márcio Jr.

Passados mais de três anos desde seu lançamento, Baiacu ainda aguarda – e merece – um escrutínio mais atencioso, tanto por parte do público quanto da crítica. O impacto esperado de um projeto que novamente reunia Laerte e Angeli acabou não se concretizando. Ao menos não nas proporções imaginadas. Experimentalismo demais? Talvez. Mas é justamente nessa ousadia – beirando a irresponsabilidade – que reside seu inequívoco caráter singular. Ainda há veneno em Baiacu.

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Lasercast #8 - Histórias em Quadrinhos e Rock'n Roll

Lasercast #8 -  Histórias em Quadrinhos e Rock'n Roll

Rock e quadrinhos são sintomas de importantes programações culturais do século XX. Em formato “power trio” pela primeira vez, a equipe Raio mais roqueira discute origens comuns aos dois fenômenos, pensando a radicalidade do rock em suas raízes, até manifestações como o rock psicodélico, o punk, o pós-punk e o indie, tudo isso concatenado à indústria dos comics, os quadrinhos underground, à Métal Hurlant, aos californianos do Love and Rockets, a BD em rockabilly, capas de disco em quadrinhos, quadrinhos do Kiss, experimentos como Tubarões Voadores e Música para Antropomorfos, Red Rocket 7 e muito, muito mais.

Destaque para o lançamento sincrônico deste episódio com a edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba em 2020, com tema de “música e quadrinhos”.

Destaque também para o depoimento do quadrinista Pedro D’Apremont sobre o quadrinista Peter Bagge.

E ainda outra destaque: para o livro Comiczzzt! – Rock e Quadrinhos – Possibilidades de Interface (Contato Comunicação, 2015), do nosso integrante Márcio Júnior.

Participam do debate: Pedro Brandt, Márcio Jr., Ciro Inácio Marcondes.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

ELABORAMOS UM ROTEIRO COMPLETO DE ACOMPANHAMENTO VISUAL/MUSICAL PARA ESTE BELO EPISÓDIO DO LASERCAST. OUÇA/VEJA/LEIA:

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Angeli: minerador de crises





Esta estreia, nas colaborações, do meu irmão Luiz Gustavo Marcondes tem sabor especial. Primeiro: porque a promessa de colaboração já vem de longa data. e finalmente se deu. Segundo: porque Guga se predispôs a cobrir, com ótimas fotos, esta incrível expo do Angeli, em nem eu nem Pedro pudemos conferir. E ainda num fim de semana futebolístico complicado (salve, tricolor paulista!). Terceiro: porque seu texto tem uma clareza sintética e ao mesmo tempo objetividade crítica que às vezes faltam aos rocambólicos escribas daqui. Gustavo é jornalista do Correio Braziliense, e escreve para o melhor Caderno de Esportes do Brasil. É aficcionado por cultura pop e arte em geral, e curte, é claro, quadrinhos além. (CIM)

texto e fotos por Gustavo Marcondes

Em um dos vídeos que faz parte da exposição Ocupação Angeli – aberta apenas até o domingo 6 de maio, com entrada gratuita –, em São Paulo, o cartunista diz que perdeu o tato para escrever e desenhar “tiras”. Uma confissão franca e que não esconde o cansaço criativo do artista de 55 anos com relação ao formato que o consagrou, ainda nos anos 1970. Um passeio com calma pela pequena sala do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, porém, pode indicar que a coisa não vai tão mal assim.



Nos trabalhos mais recentes, Angeli realmente opta pela charge, que, em vez da tira em dois, três ou mais quadros, é formada por uma única imagem. É assim que ele prefere, hoje, escancarar a sordidez do poder ou a monotonia/o vazio/o caos das metrópoles. E os muitos exemplos na Ocupação mostram que também nesse modelo ele atingiu a excelência. Em uma das paredes da exposição, por exemplo, 19 enormes charges mostram a visão Angeli do poder. Numa das mais legais, dezenas de bandidos armados com metralhadores se escondem na sombra da estátua da Justiça, cega.  Em outra, a entrada de uma paranoica São Paulo é separada: de um lado entram os fumantes; do outro, os não fumantes. Mais atual impossível.

Mas é inegável que o público ainda vibra mais com as tiras e os personagens clássicos de Angeli. Normal, como num show de rock em que os fãs aguardam pelos velhos hits. E na Ocupação estão todos os clássicos do artista: Rê Bordosa, os Skrotinhos, Los Três Amigos, Bob Cuspe, Wood & Stock, Luke e Tantra, Let’s Talk About Sex, etc. etc. etc.. Em uma montagem que aproveita ao máximo o espaço reduzido do Itaú Cultural, dezenas de gavetas se abrem para quase 40 anos de acidez. A concorrência para abrir qualquer delas tão alta quanto a para ver as imagens nas paredes.

São 880 obras, sendo 80 originais. Trabalhos sobre sexo (em uma área separada, teoricamente para maiores de 18 anos), jazz, pôsteres de festivais de cinema, capas de discos, caricaturas e edições da histórica revista Chiclete com Banana complementam a exposição, além de fotos do arquivo pessoal de Angeli, com imagens de sua infância e adolescência. Em outra boa sacada, há diversos livretos distribuídos pela sala, com trabalhos temáticos de vários personagens – esses bem menos concorridos que as gavetas. Em resumo: é preciso mais tempo que o aparente (pelo tamanho do local) para ver com propriedade todas as partes da exposição e passear com calma pelas diversas fases do artista.

Há um espaço bastante generoso dedicado a uma das séries mais recentes da obra dele: Angeli em Crise. Dezenas de imagens do cartunista sentado em seu estúdio, fumando, pensando, bebendo, agoniando-se, questionando a profissão, fumando mais... A crise dos 50, como ele admite no vídeo gravado para a exposição. Mas só para ele. Pois o conjunto das tiras – sim, a maioria delas no formato de tiras de três quadros – mostra um artista que se recria bebendo da suposta falta de criatividade. Ave Angeli!


Ocupação Angeli
Até 6 de maio no Itaú Cultural, Avenida Paulista 149, Metrô Brigadeiro, das 11h às 20h