HQ em um Quadro: A capa de Super-Homem versus Mulher-Maravilha

HQ em um Quadro: A capa de Super-Homem versus Mulher-Maravilha

Multimodalmente, a capa deixava claro o que ia acontecer: “A LUTA A QUE VOCÊ NUNCA PENSOU ASSISTIR!”. Afinal de contas, eram dois super-heróis brigando ENTRE SI! Isso pode parecer normal nos dias de hoje, e sempre foi comum nas HQs da Marvel (onde os marrentos novaiorquinos se estranhavam o tempo todo diante dos mais singelos mal-entendidos), mas na DC todos eram amigos, ou melhor, superamigos. Não havia chance de dois Super Amigos (o desenho animado estreara no Brasil três anos antes, e a EBAL publicava o gibi homônimo) brigarem sem que um ou outro ou ambos estivessem sendo controlados mentalmente por um Brainiac da vida (ou sob os efeitos da kriptonita prateada). Um outro motivo por que essa era A LUTA A QUE EU NUNCA PENSARA ASSISTIR é que, diacho, a Mulher-Maravilha é uma MULHER e a toda criança SABE que em menina não se bate! Como assim, o Super-Homem vai BATER nela?!?!

Read More

Paralelas - Vingadores e Liga da Justiça: Crise Secreta

Paralelas - Vingadores e Liga da Justiça: Crise Secreta

por Marcos Maciel de Almeida

A sessão Paralelas da Raio Laser surgiu com o objetivo de comparar gibis, possuidores ou não de alguma conexão. Os escolhidos da vez são duas minisséries. A primeira mostra o confronto da Liga da Justiça contra a Sociedade Secreta de Supervilões, publicada em JLA #195-197 (1981). A segunda é a famosa Saga de Korvac, também conhecida pelo nada atraente nome de Saga de Michael, lançada em Avengers #167-168 e 170-177 (1978). A ideia aqui é tentar entender o que rolava nas revistas dos principais supergrupos DC/Marvel no final da década de 1970, estabelecendo pontos de convergência e divergência. Detalhe que não pode ser negligenciado é o fato de que ambos os títulos eram desenhados por aquele que é considerado o papa dos gibis com superequipes, ninguém menos que George – me gustán camisas havaianas – Pérez.

O contexto da época, na Marvel, envolve a ascensão do garoto problema Jim Shooter ao posto de Editor-Chefe. Dotado de perfil executivo e não particularmente afeito ao desejo de agradar a maioria, o novo manda-chuva tinha postura crescentemente autoritária, que muito contribuiu para atrair para si a ira da maior parte do staff da editora.

Segundo Sean Howe, autor de Marvel Comics - A História Secreta, a fase de Shooter como escritor dos Vingadores servia como um manifesto do que deveria ser o gibi Marvel ideal: muito bate-papo e quadros de tamanho pequeno/médio que enfocariam nos uniformes coloridos, além de um ritmo frenético alternando entre aventura e humor.

Tendo assumido o título dos Vingadores no número 156, Shooter foi responsável por uma fase considerada interessante na história dos heróis mais poderosos da Terra. Foi no seu “run” que conhecemos o agente especial do governo Peter Gyrich (talvez um outro alter-ego de Shooter, dada sua propensão por controle e antipatia natural) e a noiva robótica de Ultron, Jocasta. Considera-se, entretanto, o ápice desse período a chamada Saga de Korvac. A história, que se arrasta por longos dez números, mostra os Vingadores, auxiliados pelos Guardiões da Galáxia, enfrentando Michael Korvac, um humano do futuro que se tornou um dos seres mais poderosos do universo após ser transformado pela tecnologia de Galactus. Eu tinha boas lembranças da série, desde quando a li pela primeira vez pela Editora Abril. Mas, como diria um amigo meu, às vezes a gente confunde memória afetiva com memória afetada. Revisitar o material depois de velho não foi bacana.

Read More

HQ em um Quadro: Paratextos ficcionais e multimodais em Super-Homem versus Mulher-Maravilha - por Gerry Conway, José García-López e Dan Adkins.

HQ em um Quadro: Paratextos ficcionais e multimodais em Super-Homem versus Mulher-Maravilha - por Gerry Conway, José García-López e Dan Adkins.

por Bruno Porto

Splash page de “Super-Homem versus Mulher-Maravilha” (Gerry Conway, José García-López e Dan Adkins, 1978): A trama de Super-Homem versus Mulher-Maravilha se passa após a entrada dos EUA na Segunda Guerra e gira em torno do conflito de opiniões entre os dois protagonistas acerca do desenvolvimento da bomba atômica: enquanto a Filha da Ilha Paraíso considera inconcebível o poder de destruição do artefato, o Homem de Aço está disposto a protegê-lo em prol dos valores estadunidenses. Saem na mão mas têm que se unir para impedir que dois supervilões do Eixo - Sumo e Barão Blitzkrieg, criados para a aventura - se apoderem dela. A EBAL publicou a HQ no Brasil no final de 1978 como seu Almanaque de Quadrinhos 1979, no mesmo formato tablóide de 27 cm x 36 cm adotado para confrontos épicos do Kryptoniano com o Homem-Aranha (1977), Muhammad Ali (1979) e o Capitão Marvel (1980).

Read More