LASERCAST #61: QUADRINHOS LGBTQIA+ PARA LER ANTES DE MORRER

LASERCAST #61: QUADRINHOS LGBTQIA+ PARA LER ANTES DE MORRER

Neste Lasercast #61, os raiukes Lima Neto e a multitalentose Dandara Palankof se juntam ao queride Paulo Floro para um bate papo bem colorido sobre o livro No Straight Lines, uma antologia que reúne 40 anos de quadrinhos LGBTQIA+ nos EUA e no mundo. Dandara e Paulo são editores da revista Grito e da Plaf e estão com uma campanha para trazer este pedaço da histórias dos quadrinhos para o Brasil.

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LASERCAST #59 - RESENHÃO GERAL #06

LASERCAST #59 - RESENHÃO GERAL #06

Resenhismo profissional raiuka, você encontra por aqui. Na sexta edição do nosso “resenhão”, o staff Raio devassa: Chapa Quente – André Kitagawa (Monstra), Cuspa Três Vezes – Davide Reviati (Veneta), Acasos do Destino – Paco Roca (Devir), Superman Space Age – Mike Allred com Laura Allred e Mark Russel (DC Comics), Sugar and Spike – Keith Giffen, Bilquis Evelin (DC Comics), Prisioneiro dos Sonhos Vols. 1 e 2 – Marc-Antoine Mathieu (Comix Zone), São Jorge – Danilo Beyruth (Comix Zone), Criminal – Ed Brubaker e Sean Phillips (Mino).

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LASERCAST #34 – Almanacão de Férias Raio Laser

LASERCAST #34 – Almanacão de Férias Raio Laser

A equipe Raio propõe uma leitura livre e bem aplicada (com toda a expertise de sempre) de suas melhores leituras durante o nosso período de recesso. Sem embromação, são analisados: “Escuta, Formosa Márcia” (Marcello Quintanilha, Editora Veneta), “Hokusai” (Shôtarô Ishinomori, Editora Pipoca e Nanquim), “Heavy Liquid” (Paul Pope, Editora Mino), “Djelyia” (Juni Ba, Editora Skript), “Green River Killer” (Jeff Jensen, Editora Darkside), "Aventuras do Anjo - Edição de Artista" (Flavio Colin e Álvaro Aguiar, Editora Figura), entre outros!

Participam do debate: Lima Neto, Bruno Porto e Márcio Jr.

Edição: Eder Freire

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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SE O BRASIL ACABAR, "DEPOIS QUE O BRASIL ACABOU" ESTARÁ LÁ PARA EXPLICAR TUDO

SE O BRASIL ACABAR, "DEPOIS QUE O BRASIL ACABOU" ESTARÁ LÁ PARA EXPLICAR TUDO

Vira e mexe, me pego pensando besteira. No futuro – se existir futuro, lógico –, como as pessoas saberão o que aconteceu? Com certeza, não será pelas manchetes dos jornais do período. O retrato mais fiel do Brasil da última década está poucas páginas adiante, nas charges e tiras de quadrinhos. Já fiz essa experiência: é ali que está registrado tudo aquilo que eu vi diante dos meus olhos.

João Pinheiro não está nas páginas dos jornais. Deveria. Mas também não é algo tão necessário. Oriundo da quebrada, o sujeito sabe que Wellinton parado vira bolsa de madame. Ou seja, o cara anda jogando seus molotovs de nanquim por todos os cantos: zines, sites, gibis independentes. Guerra de guerrilha, camarada. De modo que Depois que o Brasil acabou – antologia que reúne essas granadas quadrinísticas espalhadas por páginas de baixa tiragem – é um serviço de primeira necessidade que a editora Veneta nos presta.

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13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

por Márcio Jr.

Mal chegou às livrarias e Escuta, formosa Márcia vem causando alvoroço no mercado brasileiro de HQs. Diversos críticos apontam o novo trabalho de Marcello Quintanilha como um dos destaques do ano – o que não é novidade para o niteroiense radicado em Barcelona há cerca de duas décadas. Antes de Escuta, formosa Márcia, contudo, houve Deserama. Lançado pela Veneta em 2020, trata-se da estreia do quadrinista no campo específico do romance literário. A impressão, até o momento, é que os leitores dos quadrinhos de Quintanilha não aderiram imediatamente a esta nova experiência narrativa. Questão de tempo. Deserama guarda toda a pujança, labor e pretensão típicas do autor. Recomendo fortemente a leitura – do romance e da entrevista que segue abaixo.

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Paralelas - Maldita Guerra Civil Espanhola: No Pasarán x A arte de Voar

Paralelas - Maldita Guerra Civil Espanhola: No Pasarán x A arte de Voar

por Marcos Maciel de Almeida

Quando mais novo, certo dia vi uma camiseta da qual nunca me esqueci. Tratava-se da famosa cena de um soldado alvejado no campo de batalha. Com os braços jogados para o ar, estava prestes a deixar o mundo dos vivos. E em letras maiúsculas estava a – tão curta e dolorida – pergunta: “Por quê?”. Trata-se de imagem poderosa que até hoje sacode o coração de qualquer pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade. Outra emoção desencadeada pela cena é a impotência diante de acontecimentos maiores que nós mesmos. É um daqueles momentos em que fica a sensação de que há muitas coisas entre o céu e a terra que fogem ao controle do cidadão comum. E em pleno 2020, mesmo após diversas décadas dos principais enfrentamentos armados que marcaram o século 20, ainda não nos é possível descartar totalmente a possibilidade de grandes conflitos internacionais ou domésticos. Motivada por causas raciais, econômicas e principalmente políticas, a tensão entre grupos de interesses diversos pode ser comparada ao gatilho de uma arma prestes a ser disparada. Caso haja distração, por menor que seja, o frágil tecido de paz social pode ser rasgado, com consequências imprevisíveis, mas certamente nefastas para todos os envolvidos.

Especialmente dolorosos são os conflitos civis que separam amigos e familiares, frequentemente de forma definitiva. E umas das mais emblemáticas conflagrações fratricidas presenciada na Era Contemporânea foi a Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939. O conflito, espécie de balão de ensaio para a II Guerra Mundial, colocou em lados opostos os nacionalistas, frente heterogênea formada por grupos conservadores, religiosos, monarquistas e outros de feições fascistas; e os republicanos, formados por apoiadores da Segunda República Espanhola, que uniu, entre outros, anarquistas e comunistas. Os primeiros, liderados pelo General Franco, sagraram-se vencedores, tendo contado com o apoio da Alemanha Nazista e da Itália Fascista. Já os derrotados foram auxiliados pela União Soviética e pelas Brigadas Internacionais, que incluíam cidadãos de diversos países, principalmente Alemanha e França, que se deslocaram para a Espanha em prol da luta pela manutenção do governo republicano. Os embates no campo físico foram tão ou mais ferrenhos que aqueles que se desenvolveram no campo das ideias. Houve espaço para grupos de ideologias diversas no espectro político beirando tanto o extremismo de esquerda quanto o de direita. O radicalismo era crescente e havia aqueles que pregavam a extinção dos partidos comunistas, outros que defendiam o anticlericalismo e ainda quem lutasse pelo totalitarismo apartidário. As consequências desse complexo conflito foram – claro – mais duramente sentidas pelo povo espanhol, que teve de suportar a longa e feroz ditadura franquista, marcada por perseguição e execução de opositores.

Naturalmente que um evento de similar magnitude serviu de inspiração para o imaginário de toda uma geração de artistas em diversos campos, como literatura, artes plásticas e cinema. Servem de exemplo obras como o filme Terra e Liberdade de Ken Loach e o famoso quadro Guernica, de Pablo Picasso, em que o pintor malaguenho retrata, de forma sublime, o sofrimento descomunal advindo daquela guerra – e de tantas outras – para a população civil. Foi como ele disse: "Em Guernica expresso meu horror diante da casta militar que está saqueando a Espanha e transformando-a num oceano de tristeza e morte."

É claro que os quadrinhos também não seriam indiferentes a esse importante conflito. As HQs inspiradas pela Guerra Civil Espanholas são abundantes. Para analisar esse evento decidi focar em duas obras: No Pasarán (Corriere della Sera, 2020) e A Arte de Voar (Veneta, 2018). O primeiro é o olhar de um autor italiano, Vittorio Giardino, que não participou diretamente do conflito, mas que resolveu contá-lo a partir da ótica de seu personagem mais famoso, o ex-agente do serviço secreto francês Max Fridman. O segundo é uma obra de caráter fortemente pessoal escrita pelo espanhol Antonio Altarriba, também não participante da guerra, mas que recebeu relatos fidedignos de uma fonte que lá esteve, ninguém menos que o próprio pai, cuja vida pode ser resumida como desgraçada, para dizer o mínimo.

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Luzes de Niterói: o esgarçar do tempo

Luzes de Niterói: o esgarçar do tempo

Quando Hélcio quase se afoga em um mergulho, prendemos a respiração junto com ele. Durante a forte tempestade enfrentada pelo beque e seu amigo em uma débil canoa, sentimos sua aflição e a proximidade da morte. A sequência, que ocupa cerca de 60 páginas, traz uma das mais potentes representações gráficas de chuva já vistas nos quadrinhos. Me senti encharcado ao final da leitura.

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